FALANDO COM DEUS - IV.
Senhor Deus,
Volto a ter Convosco.
Sei que sabeis o que há dentro do meu coração, sabeis soberanamente mais que os doutos em assuntos desta área, tão delicada!
Bem sei que sois vós que os inspirais em suas sabedorias, porém, ainda que alimentadas essas sapiências neste Sopro, têm sido incapazes de definir e tão pouco conhecem dos sentimentos que sobrecarregam este escaninho.
Mas, vós, senhor Deus, sois conhecedor profundo!
Conheceis das dores que afligem e fazem se instale no peito, o medo e todos os presságios – molestando-o. Enquanto todo esse incômodo, os pensamentos migram para alma irrigando-a de preocupações ao ponto de torná-la pantanosa.
No exercício da auto-educação tenho tentado conter as enxurradas de maus agouros, calçando minha alma com os diques da prece e me recusado as lamentações. Mas, minha posição de aprendiz, retém-me, a meio passo; retrocedo à auto-disciplina, entretanto, a serenidade a mim, me parece se demorar pelos caminhos e a angustia sorrateira se achega, abrindo espaço à ansiedade, que me toma de assalto – quando o meu coração palpita mais e muito acelerado se faz. Eis que assim neste remoinhar me sinto enferma, abatida e me envergonho de toda essa minha postura!
Não obstante, Senhor Deus,
Tomais o meu coração de compasso arrítmico, aliviando-o!
Mas, peço-vos, para que sigam aí, nesse sito, os sentimentos que sejam possíveis, porque seguramente o vazio lhe enfermaria ainda mais, conquanto, ao mais sublime dos sentimentos, aí latente, que pulse com a intensidade que lhe é própria, fazendo bater o meu coração - Que este bata no meu peito, mas que bata, bem de mansinho!
Tornai Senhor Deus, que sois em vossa essência o mais puro Amor, reto o meu sentir!