Não ao impetuoso silêncio.

Eu sempre tive medo do silêncio, ele sempre me assustou. O escuro sempre foi decifrável pra mim, eu mantinha a imagem da claridade e tudo se tornava luz e cor nos meus pensamentos. Mas o silêncio não, essa ausência não se cobria com lembrança, o silêncio impera forte, certeiro, concreto. Tão único que nem a voz, a própria voz o vence. Ela simplesmente se cala em segundos, cansada de só se ouvir, sem resposta, de brigar com si própria, e nunca ganhar. Silenciar é ouvir a própria alma. que besteira! Nunca me escutei no silêncio, na verdade me ouvia sim, ouvia o meu desesperador grito calado, meus sonhos aprisionados em meu corpo, querendo converter-se em notas musicais. Eu gosto das ondas do mar, que sempre formam sinfonias na minha alma, e aí sim, escuto meu segredo, por vezes de mãos dadas com meus medos, mas sempre ali. Dispostos a revelar-se.

Tati Nantes
Enviado por Tati Nantes em 22/03/2009
Código do texto: T1500680
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