Na varanda...

Passei os olhos na noite...
O céu, sem nuvens, parecia uma tela estrelada... Ofuscavam-se as estrelas, cada qual em vontade própria...
Pensei nas distâncias... Na cor do grito. Entre telas, o ar rarefeito... Mito!
Um olhar, mascarado de ilusão, ditava os pensamentos...
Passei a mão de leve, em teus cabelos... Pude sentir as tuas entrelaçadas as minhas...
Vasto sentimento... O coração acelera... Não brinca em serviço... Anda exausto de tantos dedos cruzados...
Na varanda, esquina da casa... Posso ver a brisa em momento... Um olhar...
Não há entendimento... Se o foco é o nada... Não há palavras que recolham um olhar...
Perdi o rumo... Saltei depressa... Do ritmo que me proponho...
Sou vento forte... Não tenho laço...
Cada qual com seu espaço... O tempo dita o fato.
A montanha, em sono equilibrado, move-se, vagarosamente... A manhã será linda.
Nas rodas da moto, em cada curva o que a tua fala mostra... Não há centro, nas tuas palavras...
Um futuro que não me agrada... Um vasto caminho... É só minha a estrada.
Nas mãos, o deslizar dos meus cabelos, em movimento... Nas ruas, a face dita, num só lamento...
Um dia, as estrelas caem... Para banharem meu corpo...
Não me reconheço...


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