Eternidade

Seguir o vento... Ser andarilho... Ser alpendres da moleira em movimento..
Não conseguir ver o que de fato é sentido... Transformar os dias em paraíso...
Eternidade!
Com gotas de hortelã... Com jeito de felicidade...
Ouvi os sinos... Graves...
Um dia, o menino olhou o retrós de linha... Envolveu os dedos, com ares de moira...
Na tentativa de segurar o instante... Inocente destino.
Um amor tão sutil... Uma dedicação em oferta... Mensagens de algo maior...
Ainda não compreende de fato... Precisa de tempo...
Enquanto o peito queima...
Às vezes, posso senti-lo... O riso que vem da face... O beijo que vira sorte...
A palma que me concede...
Um viver aprendido... Apreendido... Parece milagre...
Eu, envolta em versos... A descuidar-me das palavras...
Atenção, eternidade!... Hora da chegada... Não me desampare...
Posso ver o passado, em névoa e luz.... O camafeu... O prato na parede, em rosas...
Desconheço a data marcada pelo homem... Olhei-te em lua... Parede crua... Imagem!
Foste ao infinito e voltaste... Esperava-te... Agora, guardo-te!
Como são loucos os ditames da vida...
E tu, Eternidade!?... Onde andas... Expressa-te, em vagas lembranças... Coisa que eu pensei... Sonhos... Eram realidade!
Ontem, eu ouvi sinos... Aviso aberto da gemialidade...
Ainda não vistes a totalidade do fato... Algum espelho... Teu porta-retrato...

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