Que tempo?
Há um tempo de saudade. E há um tempo de espera. Uma espera longa que atravessa desertos, conquista solidões e flutua sobre nuvens lentas, vagarosas do nada ser, esperando ter.
E há um tempo que se divide entre a paz conciliadora e a inquietação mórbida.
Uma vontade não sei de que, vinda não se sabe porque, à espera de um nada que se propõe a concretizar-se.
Um tempo de luta. Luta entre a esperança e o não será. Entre o desejo incontido, a busca sedenta por algo que se quer buscar. Algo inominável, sem identificação que não se sabe onde está.
Há um tempo de desejo e de procura que não se satisfaz.
um tempo do querer infindável que com nada se compraz, a não ser com o desejo de continuar buscando.
Mas... há um tempo para indagar: o que buscar?
E há um tempo de inquietação intranquila, tempo sem respostas, passos sem fim, em direção ao inbuscável.
tempo de vazio imenso...
Tempo de peleja e caminhar.
tempo do tudo e do nada.
Tempo de incansável desejo de desejar.
tempo, tempo, tempo...
Que é tempo de tudo.
Indefinível tempo de ser e de viver.
Mas também, ainda, tempo de sonhar.