Que tempo?

Há um tempo de saudade. E há um tempo de espera. Uma espera longa que atravessa desertos, conquista solidões e flutua sobre nuvens lentas, vagarosas do nada ser, esperando ter.

E há um tempo que se divide entre a paz conciliadora e a inquietação mórbida.

Uma vontade não sei de que, vinda não se sabe porque, à espera de um nada que se propõe a concretizar-se.

Um tempo de luta. Luta entre a esperança e o não será. Entre o desejo incontido, a busca sedenta por algo que se quer buscar. Algo inominável, sem identificação que não se sabe onde está.

Há um tempo de desejo e de procura que não se satisfaz.

um tempo do querer infindável que com nada se compraz, a não ser com o desejo de continuar buscando.

Mas... há um tempo para indagar: o que buscar?

E há um tempo de inquietação intranquila, tempo sem respostas, passos sem fim, em direção ao inbuscável.

tempo de vazio imenso...

Tempo de peleja e caminhar.

tempo do tudo e do nada.

Tempo de incansável desejo de desejar.

tempo, tempo, tempo...

Que é tempo de tudo.

Indefinível tempo de ser e de viver.

Mas também, ainda, tempo de sonhar.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 03/02/2009
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