Luzes que piscam e colorem minha vida

Meu mundo acostumou-se ao cenário preto e branco que recebe da vida. Cenário que projeta a aparição das coisas de forma pobre, morta, simples e inerte. Pois a alegria das cores não se faz presente no que é revelado a cada instante vivido. O desconhecido nos guarda tantas cores, que lançam melhorias pra injetarmos nas nossas vidas, possuem um brilho taumaturgo que nos incita a procurar sempre o melhor.

Ontem, minha vida, apesar de não tão bem vivida, trazia consigo uma inquietude que me deixava sem sossego, agitado, a ponto de eu querer ser um errante por caminhos nunca percorridos, e essa inquietação me fez ver que o mundo é uma miscigenação de cores, por mais que tenhamos momentos escuros, negros e sombrios; não quer dizer que a claridade não possa ofuscar essa sombra que paira sobre nós, nos deixando iluminados e assim irradiar também a quem venha precisar de luz; não quer dizer que as cores não ganhem vida ao nosso redor.

E posso afirmar que isso não é uma teoria! Já presenciei sua prática. Pois depois de como eu me sentira ontem, ao olhar o mundo em preto e branco, hoje a realidade já não é mais tão incolor e desenxabida. Pois recebi um conjunto de luzes que piscam e colorem minha vida.

Há muito tempo, eu confesso que já vira luzes parecidas com estas, elas por serem majestosas, tinham o poder de me devolver a calma que a vida tantas vezes insistiu em me roubar, elas me roubavam as palavras e me paralisavam num momento mágico, em que, eu dispunha de mim mesmo para apreciar a magnitude em que elas se exibiam para mim, eram na verdade, (pelo menos por um momento) eternas, pois morriam e ressuscitavam constantemente em fração segundos; eu era na verdade, convidado a assisti-las; elas refletiam consigo, uma mensagem, que na época não compreendia bem seu significado, mas hoje percebo que por mais que alguém seja majestoso e tenha magnitude, não brilhará para sempre, aprendi que há intervalos em meio ao brilho singular que cada pessoa exala e que às vezes deixam de brilhar para sempre, sem esperanças de um dia voltarem a ser acesas novamente.

E daí, vem a importância que damos às “pequenas coisas”, que na verdade só são pequenas, porque “temos” o mal costume de só apreciar o que na verdade mostra certo valor material; seria tão bom, se todos dessem valor sim, às coisas materiais, mas só se por trás, se escondesse um valor sentimental, com isso, como faríamos bem a todos à nossa volta e a nós mesmos. Mas enfim, a beleza está nos olhos de que olha e não na ambição de que deseja.

E como já disse minha vida absorve o colorido do presente recebido. E a cada dia, ponho em prática as lições que as cores me ensinam: a amarela trás como exemplo o sol, que eu posso ser como tal, me doando a todos sem pedir nada em troca; a azul me lembra o céu, estando feliz e vivo durante o dia, mas que posso me entristecer durante a noite ficando escuro; a verde me faz ver que a esperança pode continuar viva dentro de nós sempre; e a vermelha estabelece o amor existente e incondicional: o maternal, o paternal e o fraternal, que jamais deve morrer, e de quebra, ainda conseguimos outro tipo de amor, que dividimos com quem escolhemos para viver.

O amor puro, que às vezes é dado a quem não pode senti-lo e mesmo assim não deixa sua essência pra trás, pois se torna um amor puro ao quadrado, fazendo com que, o ser amante, aprenda que, mesmo não recebendo o amor recíproco, não quer dizer que o outro não o ame com tudo que pode.

No mais, eu lhe agradeço por ter me proporcionado reflexões ricas e coloridas, por ter bancado a autora e ter escrito um capítulo da minha história, transformando uma lembrança em realidade; confesso que foi o Natal mais colorido e iluminado que passei. Mas é claro que depois de hoje, não lembrarei apenas das luzes da minha infância, mas de uma amizade “iluminada”, que não mediu esforços pra compartilhar comigo sua luminosidade.

Você me fez ver que nem todas as lembranças são dolorosas e que lembradas do modo certo elas podem trazer momentos eternos de alegria.

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 30/01/2009
Reeditado em 02/03/2010
Código do texto: T1412678