O beijo do girassol
Aquele beijo aniquilou minhas tristezas. As cores do orvalho coloriram minhas lágrimas.
Mas eu não chorei.
Nas mãos da borboleta aplaquei a minha dor. Pude voar com suas asas até a pedra que guarda meus segredos.
Eu os sepultei.
Pintei em sua boca um sonho de flores. De encantamento e esquecimento. De ternura e de luxúria.
E essa tela eu guardei.
Não quero lutar. Minh’alma anseia por paz. Minha vida é um mal entendido, cheia de desastres e erros mordazes.
Tudo que disse, desdigo agora.
Hoje, restam-me apenas palavras empoeiradas e manchadas na sombra prima da noite. Nada que me sustente, nenhuma semente. Você ausente.
Estas palavras foram caladas.
De tudo que não compreendo. Daquilo que não descobri. Ainda que as palavras me açoitem. Meu coração está em festa
depois do beijo do girassol.