Elegância e firmeza

Vanderli Granatto

Caminhei por tanto tempo esquecendo de sonhar.

Vivia apenas ao acaso, sorria a qualquer luar.

Como compreender o mundo,

se as asperezas me intimidavam?

Não sabia distinguir entre o bem e o mal.

A timidez tomava conta do aprendizado,

que me levaria a algum lugar!

O acaso, do acaso da vida

é que tinha força para eu enveredar e algo absorver.

Assimilando coisas pela observação,

comecei repensar, divagar...

Tateando pelos caminhos, sem ter hora pra chegar, caminhei,

sob olhares astutos, que me fitavam, instigantes,

sem acreditarem em minhas capacidades e ou condições.

Me recolhia instantaneamente, encolhidinha, pra dentro de mim.

Tinha que superar a timidez, abrir as portas para o alvorecer...

A vida desabrochando,

floresciam canticos em meu jardim.

Que diferença eu tinha ante os olhos do mundo?

Aprendi a passos lentos

que sou igual a todo mundo,

Que as oportunidades vem e passam,

Que das águas do mundo,

todos tem direito de se inundar.

Observando melhor o que se passava ao meu redor,

fui aprendendo a me olhar mais.

Muitas coisas que vi em mim, tive que cortar.

O sorriso solto, igual gralha, tive que deixar.

Contendo atitudes, sobressaindo em pensamentos

fui me achegando perto do que queria.

Evolui, mas sou a mesma,

encanto-me com coisas simples da vida.

Elegância tem que se ter nas atitudes,

no comedimento de gestos, no modo de agir,

Cortei os excessos.

Vou para o aprendizado do dia a dia, compassando os passos.

Se não sou outra, sou o que sou.

Elegante em meu modo de ser.

Simples, espirituosa; sigo em direção a um bem maior.

Os bons ventos me ajudarão a chegar,

onde quero, por convicção.

Sou alguém que os degraus subo, passo a passo.

Se cair procurarei me levantar.

O mais importante do que a elegância

é sentir firmeza e saber conjugar o verbo amar,

sem ultrapassar ninguém.

Vanderli

26/12/2008

Botucatu/SP