VESTIDA DE PIJAMA SALMON

O pijama salmon dava-lhe uma cor rósea a sua pele alva.

Notava-se no semblante tímido,

Na roupa intima aos meus olhos,

A surpresa por eu te-la encontrado nesses trajes.

Interessante como a roupa veste a mulher!

Talvez se estivesse em trajes mais formal,

O sorriso e o olhar seriam mais penetrantes.

Mas ali, estática, pronta para os devaneios,

De um abraço afetuoso ao travesseiro,

Via-se uma menina de olhar baixo,

E uma expressão extremamente angelical.

Ante a surpresa da exposição,

E o grito sufocado pela vergonha,

A ternura impunha-se serena no ambiente.

Não havia como deixar vincos,

No pijama salmon que se vestia.

As mãos trêmulas, seguravam

Os últimos botões da blusa,

Como se fossem um apoio.

Os cabelos insistiam em cobrir parte do rosto,

Como se fossem uma armadura,

Para as expressões delineantes.

Ah! Mulher de pijama,

Se você soubesse que estou mais perplexo que você,

Certamente riria do meu embaraço.

Esperava uma mulher altiva,

E encontrei uma menina descalça.

Eu estava pronto com palavras decoradas,

Mas fui pego na contramão do ensaio.

No fundo, eu que estava de pijama.

Sentia no ar a essência da ternura.

A palidez tênue na sua face,

Veio imobilizar pensamentos mais afoitos.

Esperava um oceano de vibrações avulsas,

Mas encontrei um riacho de águas tenras.

O pijama salvou a noite,

Como se salva alguém no deserto.

De maneira inesperada

E com pouca água para a sede marcante.

- Mulher de pijama...

Me vista dessa cor suave,

Para amenizar o calor da minha face.

Que provoca em mim,

Rios de suor quente.

Que percorre linhas acentuadas do meu corpo.

Refeito da descoberta da cor salmon,

A primeira palavra saiu automatizada.

- Olá.

Foi breve e sem emoção.

Não traduziu o efeito desejado.

Foi apenas um cumprimento,

À mulher de pijama.

Que a cor salmon,

Dava-lhe um toque róseo a sua pele alva.

Di Camargo, 07/03/2008

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 22/12/2008
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