lágrima sempre dói
_ Oi! Queria ouvir tua voz, por isso, liguei.
_ Preciso dormir, desculpe!
Bem ali naquela árvore eu namorei o Deca. Ele foi meu primeiro amor. Lá também tivemos a primeira e última briga de namorados. Briga comigo, não! Não importa a idade que temos, sempre dói. Vem lá do fundo, rasgando a alma embarcada de lágrimas.
E choro aqui sob o travesseiro. Agarro-me a ele. Não sou menina, sei. No meu rosto corre, no entanto, uma lágrima saudosa de um afago teu.
Ouço vozes em meu quarto, há aromas de flores e recordo da que te ofertei. Julgou que te dizias até logo. Ah! Queria dar-te um buquê de flores do campo a qualquer hora. Não olhes no relógio. O tempo não é o de agora. Será outro. Aquele em que nos encontraremos.
Ai! Um dia tudo ficará claro a ti. Sabes que te adoro. Digo-te sempre. Como foi a ti que desejei? E não a este ou a outro? Não há resposta para isso. Lá bem no fundo de minha alma eu esperei por ti. Como algo certo. Mas a resposta... essa luz eu ainda não vi.
O mundo, o meu de agora é o travesseiro e teu cheiro que o vento me trouxe num doce encontro de amantes. E deito o rosto nele.
Quantas vezes pensei em ti ligar. Nem que fosse para ouvir um: “alô!”. Sabe, o som da voz de quem se ama é chuva refrescante no verão. E olha que entendo de aguaceiros!