Comi, bebi, e acho que morri.

Comi a fome no meu desespero

Senti o cheiro, e o gosto podre do terror

Dormi com a morte

Acordei sem vida

Numa avenida, coberto de flores

Eu vi a noite devorar o dia

E a febre fria, congelar minhalma

Eu vi as trevas, nas ervas triplicadas

No fim da estrada, abismo escuridão

Matei a sede, na fonte de aguardente

Cai da escada despenquei no chão

Na contra mão

Batidas na cabeça

Segunda ou terça

Eu já nem sei mais

Ouço o silêncio, sem sentir a paz

Aonde estou?

Isto é um sonho?

Ou foi o mundo que já se acabou.