Sem comparação
Sem comparação
Vanderli Granatto
Dores caladas.
Carinhos desejados, extintos.
Sussurro na voz, apenas murmúrio.
Polidez nas palavras, somente as necessárias.
Sofrimentos exacerbardos.
Miséria profunda, isso é tudo a receber.
Caminhos perdidos, vales do desamor.
Águas que vão e voltam.
Permanece o vazio apenas,
abismo nas mãos calejadas,
aflição; dedos curvados,
unhas quase cravadas nas mãos.
Aperto no coração sofrido.
Flagelo humano, privação, cárcere.
Insatisfações, tristezas somente
E vão-se os anos...
Sem o peso certo pra cada dia,
sem a medida certa,
para acolhermos da melhor forma esse irmão.
Enquanto do outro lado...
Finas mãos tratadas, cuidadas.
Rendas e fitas, as mais finas confecções...
Colares finíssimos, poucas voltas...
Mimo apenas....
Valiosos!
Únicos!
Palavras jogadas ao léu, futilidades no dia a dia...
Coração vibrante, emoções exacerbadas
Liberdade, liberada
Festas, viagens programadas
e ou apenas badalações.
Pesos e medidas para esta vida
Tudo certinho, tudo à mão...
O tempo passa igual a todos...
O dia a dia, não reflete em igualdade.
Vidas semelhantes e opostas.
Opostos os efeitos, as condições, as indagações.
O por quê de vidas, caminharem
em desigualdades, quero a razão...
Enquanto uns com tantas coisas para desfrutar,
o outro sofre calado,
se consome nos seus ais...
Podemos ter muitos bens materiais sim,
mas não podemos nos esquecer
da dignidade humana.
Temos que tirar as vendas dos olhos.
Vidas e vidas sem comparação!
Por que meu Deus? Por quê?
Vanderli
28/10/2008
Botucatu/SP