AO MEU AMOR
Posso fotografar o passar dos anos de um ser vivo
e, num flash, paralisar o movimento de um projétil.
Quisera o tempo ao seu lado.
Posso ver milhares de tons de cores
e o surgir de uma nova vida,
mas ainda não vejo a centelha
que nos poderia aquecer.
Talvez, eu mude minha ótica... e tente,
como abelha, ver-lhe em raio X;
ela, procura o pólen das flores;
eu, enxergar toda a sua essência;
em infravermelho, enxergar a cor da sua vida
para que, como um camaleão,
eu me transmute nela.
Do modo Kirliano, vê-se o perecer.
Eu quero enxergar
o nascer do amor.
Então, tento enxergar o sentimento
como percebo o movimento
que gera a velocidade.
O ser humano descobriu o quartzo,
partícula menor que o átomo,
bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas.
Tento descobrir como lhe encontrar
e enxergar a imagem dos seus olhos
iluminados diante do meu amor.
Do espaço sideral às profundezas da natureza,
tudo eu buscaria
pra ver você feliz.
Da energia que provoca
o calor, o frio, o movimento,
quero encontrar seu amor.
Quero sentir você invadindo minh'aura,
que é a luminosidade
que envolve todo ser
e cuja luz ilumina o espaço
que quero dividir com você.
CRUZ, Ana da. Ao meu Amor. In Emoções em Prosa e Verso (coletânea). Conselheiro Lafaiete: Narciso de Queirós, 1995.
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