Poetisa

Poetisa

Te encontrei entre versos e poemas, vagando entre diversos palcos e cenas, declamando ao vento tuas emoções, preenchendo inevitáveis lacunas com o doce transbordar de tuas paixões.

Entre tantas estrelas de brilhos distintos, tu eras a única de primeira grandeza, obra ímpar da natureza, tuas palavras soavam como a mais pura melodia, brilhavam bem alto no céu em plena luz do dia.

Tuas frases diziam o que eu não sabia pronunciar, a realidade existia e meu desejo mais profundo não era mais um mero sonhar.

Tu entendias o que eu pensava, mapeava o caminho que eu,vacilante, trilhava, respeitava a minha sede de conhecimento, entendia a dor da minha alma e não via como vão meu lamento.

Tu choravas aos veres destruídos os castelos de areia, lutavas incessantemente para fugir da inevitável teia e conversavas sobre o amor com a lua, indiferente ao que acontecia ao redor no meio da rua.

Tu lias as entrelinhas, compactuavas com a mansidão das pessoas que caminham sozinhas, buscavas incessantemente a esperança no sorriso de uma criança, tentavas ensinar aos deuses o ritmo de tuas danças.

Tu me fazes repensar rotas e planos, ignorar o medo de novos enganos, desde que te conheci só faço escrever para te sentir mais perto e andas me fazendo vislumbrar o mais que perfeito oásis no meio deste imenso deserto.

Leonardo Andrade