Explorador
Explorador
Singro a madrugada nadando entre ondas que se formam com o movimento das suas pernas, mergulhando fundo e desvendando segredos abissais, subindo à tona só para respirar o seu ar, aquele que tem sabor seu cheiro agridoce de pecado com desejo e retorno em busca de mais tesouros escondidos.
Entre roupas largadas e supérfluas, lençóis amassados, abandonados e encharcados de paixão, descubro ilhas com morros e cumes de prazer infinito, sugo sua terra com a fome dos náufragos, busco matar a sede vital na sua fonte, bebendo direto da sua nascente e telúrico, me deleito ancorando no seu solo sagrado.
Navego errante com a bússola oscilante por todo universo imantado do seu corpo, há tanto a desvendar e a aurora insiste em chegar ignorando meu apelo aos deuses de segurarem Chronos e sua incorruptível ampulheta.
Mãos e bocas ávidas agitam-se freneticamente aproveitando os seus últimos momentos de luxúria à exaustão, estendendo cada átimo ao seu mais improvável limite como se fosse o derradeiro. Tolo engano, pois o cenário paradisíaco que os primeiros raios de sol descortinam acariciando seu corpo-templo mostram uma realidade mais bela e poderosa do que a fantasia ousou supor.
Sai a Lua, entra o astro rei e sob o signo inconfundível da luz o amor insiste em se perpetuar misturando gotas de suor, saliva e lava de orgásmicas erupções de paixão infinita num delirante banquete de vida e num brinde eterno à existência.]
Salute !
Leonardo Andrade