Palavras passadas
Numa folha de caderno qualquer eu escrevo coisas nas quais escrevendo eu me perco.
Deitada numa rede, sentindo o vento no meu rosto, eu escrevo.
A brisa fria faz com que eu sinta as minhas duas mãos geladas, mas as palavras que eu escrevo me aquecem.
São coisas que eu queria que certas pessoas soubessem.
E mesmo eu me preocupando muito com alguma coisa, ainda tenho palavras a escrever.
E também mesmo com a borracha na mão não posso realmente apagar o que já foi escrito.
E eu não desisto.
Com um canivete na mão escrevo algumas poucas frases na superfície de uma árvore.
Que ficarão gravadas para sempre na madeira e em meu coração.
Eu jogo frases distintas sobre uma folha, mas quando as leio, parece até que já foram escritas para ficarem juntas.
Eu fecho os olhos e adormeço sobre a folha, e quando acordo viro aquela mesma folha...
...Só pra começar a escrever denovo.