Borboleta sem asa...
Se eu pudesse te faria um afago, te contaria um caso com final feliz, cantava uma canção bonita, só prá te ver sorrindo colorido bem de perto, só prá te ver existindo... bem sabes que a noite é feita prá dormir e aprender com os sonhos a não desistir, mas não posso sonhar porque é a noite que provoca o meu instinto de querer bem esse bem-que-me-quer semente de girassol, broto de laranjeira, florzinha de mato sereno, ou qualquer coisa que queira. Às vezes me quer dor camuflada entre quatro paredes, disfarça a lua e tenta me enganar que ela é cheia e eu fico cheia de fases minguantes crescentes com ares de aventureira... Ah! Meu amor... esse bem bem-que-me-quer alma andarilha. Mas meu corpo é tão fraco, tão pequeno e fico qual borboleta sem asa planejando vôos, friccionando meus pés no pouso, olhando pro céu retrocedida, final sem começo, volta sem ida... eu sempre fico assim meio partida, e a água se turva de tanto segredo, cometo alguns erros mais que perfeitos prá ver se as palavras perdem os sentidos e eu sinta no céu da minha boca estrelas cadentes no abismo do meu firmamento... quem sabe assim me tome o esquecimento... Ah! Meu amor... se eu esqueço, eu sonho que te faço um afago, te conto um caso feliz, te canto Eu te amo, e sem desistir te visto de azul e te faço existir...