Angústia...
Angústia...
Te amo, dizemos todos os dias!
Nenhum relacionamento começa para terminar...
Na gangorra da vida, uns vem outros vão!
Entretanto, alguns permanecem
Tão fortes, tão intensos!
Mesmo depois de findos
Reinam absolutos, vivos!
É difícil conviver com a lembrança
Que não se apaga,
Que continua tomando conta
do coração e da mente
Tão presentemente que impossibilita
Seguir em frente...
Que angústia!
Tantos vieram depois de ti,
Amores risonhos, longos ou curtos,
Mil amores, cada um do seu jeito,
Uns mais intensos, outros labaredas
Que se apagaram, cinzas passadas!
Outros vieram e passaram...
E és tu que comanda o pensamento!
Não consigo me envolver!
A música não tem melodia,
Programas diferentes,
As rosas não são amarelas...
Nada é igual, tudo tão diferente!
E te busco nos passantes...
Nos olhares de todas as cores
O castanho do teu olhar...
Em tantos braços que não abraçam
O forte braço do teu abraço,
E, ao invés de amor
Deixo mágoas por onde passo!
Te fiz ideal.
Te fiz eterno.
Te fiz um sorriso no olhar,
Te fiz meu, e, estás tão longe,
No azul eterno da saudade...
Não estou livre...
Não houve adeus, perdura no tempo...
Aprisionei-me nesta angústia infinita!
Campo Grande, 30 julho de 2008.