Ao pai, ao filho e ao meu espírito quase santo.

E nessas brechas quase abertas, à sombra de um edifício, a criança surda escuta os gritos de seu pai. Pai? O que és afinal? Um ser? Um herói? Ou a personificação da surdez que me coça os ouvidos? Temes... E nessas brechas tão apertadas, a vida brinca de ser um deus para aqueles que a temem. Eu sou um desses nessas brechas. PAI... Se estivesses aqui, o que seria eu? Alguém? Não me canso das perguntas. Não me canso de você. Não importa em quê ou em quem tu estejas personificado. Deus, se tu, numa tentativa misericordiosa tentaste me agradar e me salvar sacrificando teu santo corpo, saibas que eu, não santo nem filho, espero de ti a resposta para minhas perguntas. Não sinto dores.. No mais, só lembranças do que nunca tive.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 16/07/2008
Código do texto: T1083166