A Busca
Um dia acordei e meus olhos não mais brilhavam.
Não existiam sorrisos, lágrimas apenas preenchiam-me a face.
Um dia vi-me sozinha, sem carinho, sem amparo, perdida
numa estrada de pedras e cores mortas.
Habitei num mundo de sombras onde o sol era fosco, a lua sem brilho;
O tempo arrastava-se, os dias tardavam e as noites infinitas trevas.
Um dia eu chorei qual criança em busca de colo, faminta por uma palavra de amor, sedenta por um abraço.
Um dia eu sofri... Vi meus “sonhos de amor” desfeitos, amarguei dias de desprezo. Senti meu coração partir ao meio, minha alma dilacerar.
Sofri por uma paixão, desejei a felicidade plena, e quem não a deseja? Talvez eu mudasse o destino por todo aquele sentimento e o fi zesse me querer bem, tanto quanto o queria. Talvez o prendesse ao meu lado para que vivêssemos a eternidade juntos e felizes. Mas
ai, eu não teria aprendido que o amor é livre, não uma prisão. E que o tempo é o senhor das verdades.
Se assim fosse, hoje eu não saberia que todo aquele sentimento fora simplesmente uma paixão efêmera.
E que o amor que busquei por tanto tempo, sempre esteve comigo, e que o viveria intensamente, quando encontrasse num olhar o brilho raro que sempre busquei em tantos olhares, mas que em olhos especiais estavam guardados.
Um dia, eu sofri para entender que o amor verdadeiro aparece no momento certo, e minha busca terminou quando fi tei teus olhos e como a mais intensa das luzes, brilhou para mim, iluminando-me completamente.