PROSINHA Á-TOA

 

 

 

 

 

Se tu queres que eu te queira de outro modo, eu terei que não querer-te te querendo.

Entretanto, eu terei que desquerer-te do meu jeito torto de não querer-te.

Todavia, afirmo-te que te quero querendo, mesmo se eu pudesse desquerer-te.

Seria o mesmo que querer-te um pouco mais, assim como tu dizes que me queres.

Porém querer-te assim como eu quisera, para que o meu querer só te bastasse, todavia o meu querer assim não dá o gosto de contentar-te.

Ah, esse meu querer não te querendo, finalmente acaba querendo-te amar.

Assim mesmo nessa negativa de não querer-te, eu te afirmo que estou querendo de te querer.

Teria que ser eu quem não seria quem te quisesse.

E quem te quereria como eu te quero?

Entre esse meu querer e não te querer,

Amor, como eu te quero!

Na verdade, porque se te quisesse de outro modo, nós não nos quereríamos por inteiro.

Morrer-te-ias me querendo, assim como eu me morro de te querer.

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 03/07/2008
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