Delírios de um poeta!
Sem dó ou pena
não importando ser o pai
gerando filhos no abandono, sem tetos ou no aconchego
engravidando mil palavras com sua paixão
nos seus desejos insanos, loucos !
Existindo na rocha da saudade
e dos seus precipícios, sensações inalando, abortando
abismos e céus de sua existência semeando, ramificando.
Insuflando infinitos, ultrapassando distancias
atalhos dispersos,rasgando barreiras ou galgando crepúsculos.
Sugando as próprias entranhas, jorrando a alma que sangra
bebendo silêncios, agonizando feridas
esculpindo amores, hibernando , gravitando
fermentando desejos alucinantes
no ritmo das cores e cheiro das peles
embrenhado de essências
de êxtases no vasto universo da dor ou do amor.
Nos devaneios da madrugada, o boêmio poeta
acorda os cios famintos ,devassos da carne ávida
ao sol radiante de espanto!
Adormece ternuras, semeando sublimes ilusões
colhendo loucuras únicas
sem nunca estar só .
29/01/06