O amor morreu!
Sua morte foi um golpe duro em mim, mas o deixei morrer, sem sofrimento.
Morreu alí mesmo em meus braços, na frente de meus olhos, no calor de nossas mãos.
Não disse nada! Poderia ter dito, mas não disse.
Calei-me! Resignei-me em silêncio!
Lágrimas não brotaram, não as deixei! Morreram as tais na apatia de minha expressão.
Mas o negrume que cresceu em meu coração só eu posso entender.
Por favor! Renego postais póstumos de lamentos sentimentais sobre o ocorrido.
Renego flôres sobre a tua lápide; Tampouco pensamentos ignóbeis: "NADA MAIS ME IMPORTA AGORA SEM O AMOR".
A morte do amor foi inevitável:
veio morrendo pouco-a-pouco; Morrendo de morte morrida.
Enterrei-o bem alí, em uma página vermelha,
perto de um jasmineiro, dentro do meu coração.
Deixei-o adormecer e lhe beijei a testa.
E continuas  assim, a dormir dentro de mim;
Erigi um túmulo e o deixei repousar, eternamente!
Eu sorrio porque dormes em mim!
Não terei coragem de lhe colher flôres...
Tuas pétalas me lembrarão o sangue do meu amor por ti.
As vezes, visito teu túmulo...
raras vezes!
Não quero que cresça em mim labaredas de rancor.
Costumo ir pela manhã, devagarzinho: acordo, visto-me,
colho girassóis e vou lhe visitar.
Deixa-me triste estas visitas tenebrosas...
Sempre que volto, juro que não mais voltarei
e sou observada por olhares
carregados de mágoas e inocência.
Um dia, um desses olhares me disse:
- Não chores pobre menina! O amor vive no futuro!
E eu respondi:
- Engana-se olhar ignóbel, inocente e rastejante! Não vive mais! Ficou preso em meu passado, para sempre!
Aqui jaz, um amor...
O amor morreu para mim!


 

MIRAH
Enviado por MIRAH em 21/06/2008
Reeditado em 19/02/2020
Código do texto: T1044377
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