Quando ela vem
...Então, ela chegou, bem no meio da noite. Silenciosa como a própria pretensão, sem esconder-se. Fez-me a surpresa de um momento inconfundível. Deixou meu coração acelerado ante aquela visão...
Que mais seria o amor, não fossem os rompantes da paixão? Eu não saberia. Nada mesmo explicaria aquele momento de tamanhas sensações que são notórias quando somente ela aparece...
Mais uma vez, a impressão de ser outro sonho acontecendo, em cada toque, cada olhar, o amor presente com suas ordens supremas de permanência, sentenciado as horas a pararem em alguma dimensão inalcançável, desrespeitadas pelos ponteiros do relógio que nunca param. Vali-me do que pude, registrei em minhas lembranças e minha boca nada disse sobre o tanto que eu queria dizer.
...Então, veio o dia, subitamente. Mas ela se foi bem no começo. Não teve outro meio. Antes mesmo que o sol apontasse. Deixou em mim o sabor de seus beijos, o calor de seus abraços e partiu na neblina. O sono abandonou o meu corpo e novamente entendi que em minha vida, não importa quantas vezes ela se faça em partida, aconteço em sonhos com a mesma mulher, querendo acreditar que ela não me esquece...