O NINHO DAS ALMAS
Os contatos virtuais.
Hoje, sem querer, eu descobri que estou demasiadamente contente com os contatos virtuais que tenho ultimamente feito, pois descobri uma criatura de simpatia indizível que me contagiou com rara euforia e com boas perspectivas.
Existem pessoas totalmente desconhecidas e que nunca vimos nem sequer a sombra, entretanto, apesar de anônimas, são pela simples desenvoltura, elegância e rara diplomacia no trato, umas verdadeiras anfitriãs virtuais, tornando-se objetos de uma especial e desmesurada admiração.
Esses contatos sempre se apresentam grávidos de promessas, mas para falar a verdade, eles sempre se vestem ou aparecem bordados de um quê de encanto e quase inefável simpatia.
Não sei o que acontece, mas esses contatos me trazem uma suposta vereda emocional, mas sempre envolta por uma penumbra ainda não bem definida.
São como se fosse uma decodificação de um sonho do passado, entretanto, esses contatos têm se portado auspiciosos em todos os momentos.
É verdade que ainda é cedo para declinar ou ensaiar verbos mais ousados, todavia, como sou um poeta, eu não posso me furtar em dizer que nesses contatos existe uma espera e uma procura.
Mas tudo ainda está residindo no enigmático, portanto, envolto por uma névoa de magia e encantamento.
Na minha natural percepção um tanto ligeira ou, afoitice mesmo, eu a priori tenho projetado cenas gostosas e plenas de desejos ocultos.
Mas diante da distância imposta, pois tudo se desenrola num mundo totalmente virtual, pois esse é o tônico quilométrico e amargo que os internautas bebem todos os dias.
Mesmo sendo assim, eu me contenho e me contento apenas com os pensamentos fugidios e lúdicos.
É lógico que existe uma promessa que, por enquanto se faz misteriosa, e assim, eu percebo que é uma armadilha que só se expõe com muitos cuidados como se fosse uma dança enigmática, num ritual gracioso de pura sedução.
Como falei no princípio desta pequena prosa, tudo existe e se exibe numa escondida promessa.
Portanto, quanto a mim, eu estou disposto a avivar ainda mais as brasas dessas fogueiras existenciais, que principiam aquecer as nossas almas ou como quiser nossos corações, sabidamente já vividos e maturados.
Confesso que estou seriamente inclinado, a abrir as portas da minha alma para aninhar essas insinuantes promessas, porque assim seria o primeiro passo para ensaiar verbos mais ousados.
Pois se realmente houver uma textura firme nessas promessas, eu acredito que com o impacto da presença física, por certo que surgiriam murmúrios novos em nossos corações.
É verdade que só o querer ou desejar não é o suficiente, por isso temos que aninhar em nossas almas com muito carinho e perseverança essas nossas supostas querências, em sonhar futuramente declinar um verbo mais ousado e desequilibrante.
Seriamos totalmente realizados se conseguíssemos ousar e conjugar sinceramente o verbo amar.