Embaraços

Minha insensatez intimida o meu silêncio...

Meu calafrio quer me levar,

Desfazer o meu pensar... Me esqueço...

As asperezas esfregam meu sono...

Cadê o acalanto,

Hesito procurar... Não me encontro...

Meu desatino voraz não se farta...

Essa fome do meu estrago,

Na soberba de se sentir tão raro... Me abate...

Espinhos que não deixaram de doer...

Pedras que pisei,

Sem saber por onde eu ando... Caminhei...

Os caminhos que eu já não tinha...

Vai doer quando eu lembrar,

Faltou algo pra falar... Não faltou para doer...

Deixo tudo para trás...

Miragens, vésperas,

Nada do que juntei... Tudo abandono...

Não conheço os meus anseios...

Dilacerando vem o corte a latejar,

Desconheço meu tempo... Janelas... Meu olhar...