Distribui amor
Distribui amor a luz sublime
Entre todos os seres bem supremo
Cujo albergue soberano de afetos
Em doce paz conforta e redime
Sente-o em teu ser, pulsação plena
Que em gratas ondas de anelo anima
Com espiritual inspiração divina
Amor de jubilo que tudo invade
Abençoado éter de sagrada chama
Bela forma de perfeição e alento
Da-me a mão, bondoso contentamento
Vivo! Sinto-o agora no peito
Corajoso mensageiro da aliança
Lúcido entendedor e nunca cego
De um lance os altos céus descerra
De par em par os portais venturosos
Gera a compreensão nobre do afeto
Coroa de eternidade grata o suceder
Dos anos transitórios, vinga de bênçãos,
Edifica a saga do tempo com firmeza
Tudo expressa em sons cheios, claros
A lira doa amor, de mérito argumento
Coroada de valor firme e brando trato
Honestidade e benefício.
Sincero esparja em doce confissão
Amor, um bem que a fonte cara torna
Com oferenda semelhante à flor
Quando pelos campos a messe desabrocha
Para multiplicar-se a fonte torna
Quão formosos és, canto de amores
Fecundado de liras e mistérios
Encerrando no escrínio altos impérios
Esperança, mãe parteira do sonho;
Deus do humano, encontro essencial;
Farol de alento, perene manancial;
Nau que rege a sorte e as marés;
Entrega-te a amor, se humana és
Devoto escravo triunfal dos seus cuidados
Que terás todos os reinos dominados
Que sem amor tuas misérias és
Decanta amor a ouvidos amorosos
Prospera nos corações e lares faz
Amor, regedor do bem, que tudo podes
Consorcia-te à nobreza audaz.
Doces elos invisíveis os entes afeiçoam
Com brandura ânimos enternecem
Sem jogar, os ganhadores presenteiam
Sábios de que por sua riqueza todos merecem
A sinceridade a gratidão flori no seio
Espontâneos rios que inspiram alvoradas
Irresistível sedução de puro anseio
Vaga pelo albergue caro das tramas perfumadas
As horas, palacetes do infinito
Dormem no peito, o alentam em segredo
Benévolo e reto da esperança
Farol triunfal enchameia as ondas ledas