O Segredo
Dizem os supostos sábios que a eternidade seria uma imensa chatice. Que é lei natural nascer, crescer, envelhecer e morrer. Que a idéia de vida após a morte é uma necessidade daqueles que temem deixar de existir.
Pois ontem eu estava cansado e me deitei no sofá. Comecei então a adormecer, entrei num estado de êxtase. Acordei e me vi dormindo, é muito engraçado se ver assim, pelo menos quando se baba na hora do sono.
Quando olhei par o lado o meu anjo guardião estava sorrindo e dizia assim:
-Vem, vou te contar um segredo.
E pegou na minha mão e me levou para cima, começamos a volitar. Senti algo maravilhoso. Um monte de partículas ínfimas parecia me invadir. Pareciam me energizar, me rejuvenescer. Senti então que eu era apenas um desenho, um vulto destacado no todo, mas que era parte do todo.
E logo estávamos no espaço, observando a dança dos planetas, aquela harmonia maravilhosa.
O anjo me deu uma lupa mágica, e me disse para observar melhor as coisas. Olhei para o vácuo e vi que tudo estava preenchido por uma energia que parecia viva. Observei que tudo mudava constantemente, mas que nada deixava de existir.
Descemos então numa grande floresta, onde uma cachoeira enorme dava um grande espetáculo natural. As árvores pareciam cantar uma grande melodia, na verdade todos os seres o faziam, os animados e os inanimados. Um grande uníssono universal.
Olhei para cima e vi muitos anjos a sorrir. Todos eles pareciam com roupas de gala, como se estivessem num grande concerto. E com espanto percebi que acima tinha uma luz maravilhosa, cujo brilho me fazia chorar. Era o grande maestro, que de forma brilhante, comandava feliz o grande concerto da vida. Não consegui ver o seu rosto, mas ouvi uma voz que julguei ser sua, e que dizia o seguinte: “Aqueles que tiverem ouvidos, que ouçam. Os que tiverem olhos que vejam.”
Acordei maravilhado.