NÃO CREIO

NÃO CREIO ...

Donde vim ?

E... vim porquê ?

E para quê ?...

E quando vim,

tratou-se de quê?

Duma chegada

tão simples, assim,

ou dum regresso,

diverso,

a uma vida já desenhada?...

E... para onde irei ?

E nessa circunstância,

tratar-se-á duma partida

para longínqua distância,

num outro plano de vida,

ou simplesmente partirei ?

E... ao partir...

Ainda que sem sentir...

Não estarei encetando

e subtilmente iniciando

uma nova etapa,

seguindo um novo mapa

rumo a um outro patamar

onde, por fim, me possa encontrar ?

Não serão, a vida e a morte

duas formas de inicio,

embora em diferentes dimensões?

Talvez, sendo a segunda a mais forte,

a primeira envolvendo o sacrificio...

Mas sendo, uma da outra, extensões...

Por isso, ambas caminham de mãos dadas

formando um par inseparável,

numa ligação inquebrantável !

Talvez uma, sendo da outra, o seu reverso,

apesar do que isso tem de perverso ....

E ...

Não creio que se nasça para se morrer,

mas sim e exactamente

para o inverso ...

Mais precisamente ...

Creio que nascemos para se renascer ...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 21/12/2005
Código do texto: T89176