reflexões paranóicas sobre a quarta dimensão
não estou para todos os desejos
não estou pra ninguém que não vejo
não adianta me ligar
não sinto a menor falta de ar
não preciso me comunicar
com a falta de indecisão
não preciso desmensurar
o tamanho da consternação
não preciso dialogar
com a falta da imensidão
do quarto em que me acho
não preciso acender o facho
não preciso de iluminação
é mais precioso o começo
da espera pela empolgação
do que parece que mereço
nem que seja a atenção
da barata ou do olho espesso
de uma quarta dimensão
em que eu estivesse inserido
ou me achando enxerido
naquilo que só inventaram
depois que o mundo acabou
Rio, 19/02/2008