Cotidiano [Veneno]
Amarga palavra que sai dos doces lábios,
Terrível ilusão dolorosa de dar calafrios...
Sentimentos vagos e náufragos, como mar sem navios.
- É Tudo isso que sinto, é tudo isso que vejo...
Gota pranteosa que cai cálida
Tingindo em rebu a calejada alma,
Rasgando do coração a fibra pálida;
- É tudo isso que sinto, é tudo isso que vejo...
A pele desmoronar e rasgar as estruturas,
Segurando e sangrando ferimentos pelas bravuras,
Apagando o Amor em veneno...
- É tudo isso que sinto, é tudo isso que vejo...
A vulgaridade tomar conta da mente
Dos dias fazer-se em orgias,
Um lupanar cotidiano e carente.
- É tudo isso que sinto, é tudo isso que vejo...
Tristeza, raiva, melancolia,
Luxuria, indiferença, arder...
carne, corpo, ódio;
Sangue...
Mancha langue
De quem morre de prazer.