CHARADA

O poeta tem

o verso inesperado,

de improviso rabiscado,

para condensar o inconcebível!

Materializar o impossível

em palavras transcendentais!

Definir em singelos manuscritos,

seus insights incidentais!

E o seu olhar vislumbra

horizontes surreais

para a lente embaçada

do monóculo da multidão,

que em plena escuridão

exibe o seu olhar de zombaria

para a incompreendida sabedoria!

E assim escancarada,

a poesia vira uma charada

para desencontradas interpretações...

guardando silenciosamente

em versos de explícita provocação,

um convite irônico à iluminação...

aguardando pacientemente

em extática contemplação,

florescer enfim a compreensão!