A borboleta

Eu sabia, eu sempre soube!

Mas só se diz isso depois que acontece.

Mas desta vez era diferente. Eu realmente sempre soube.

A partir do momento em que aquela borboleta pousou no meu ombro na fila do teatro. Com o bilhete em mãos, eu também carregava meu futuro, mas não sabia.

Eu não devia estar ali, talvez por isso soubesse que seria único.

Bilhete rasgado, estava dentro. A borboleta voou. E eu, por toda a peça, vaguei sob o céu de penumbras, à procura dela.

Mas o que é meu sempre retorna. E ao fim da peça, ela estava lá, fiel ao mesmo ombro.

Com ela, vaguei pelas ruas, imerso em êxtase, durante toda a noite, e no dia seguinte, um eterno agora.

Numa manhã de domingo, partir era necessário. Ela voou, em busca de outros ombros e eu, desolado, em busca da mesma borboleta.

Só espero um dia reencontrá-la.

Vini Peres
Enviado por Vini Peres em 12/09/2024
Código do texto: T8150043
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