queria dizer a você
Na solidão do seu quarto;
no cotidiano das ruas;
debaixo das pontes,
nas favelas,
na ilha,
na praia
em alto mar;
de avião,
Em uma BR;
De trem;
No ônibus;
Em qualquer lugar;
canto,
Ou recanto;
Em sua cadeira predileta;
Conecte-se ao transcendente;
Pratique o bem nem que seja por bondade;
Ame desinteressadamente,
Saiba ter, mas com desprendimento;
Não aponte no outra aquilo que te falta;
Faz da passagem caminho,
Não olhe com banalidade para as estrelas que no firmamento cintilam;
E não ignore o sol que nos mantém vivo,
Esta pode ser a sua última visão;
Seja uno, sem perder a noção do todo,
Não deixem arrancar-lhe do sono, o sonho;
Desespere-se, angustie-se por não ter vivido o hoje;
pois o amanhã não existe, só o presente contínuo;
Quebre todas as amarras;
Não ache que sua casa é o mundo,
Pois o mundo é que é a tua casa;
não seja um idiota otimista,
ou um pessimista sem saídas;
Deslumbra-te com a vida como aqueles espectadores que vão pela primeira vez ao cinema e ficam maravilhados;
Celebre-a a cada instante;
Acredite que há saídas e que inclusive pode ser a ponte;
Pois bem sabe que a vida é um enredo,
Quem tem como desfecho a morte;