FOLHAS CAÍDAS

Sentou-se ao meu lado

e como se crescesse

já estava, feito árvore,

se aproveitou da água

jorrada de lágrimas:

as minhas estrelas

e folha a folha

enquanto contava

as páginas da lida

me disse: a palavra

no então do instante

nos signos da vida

são um universo

de grãos de morfes

significando

no vazio constante.

Certa vez tomei um baré

e aquele foi o mais delicioso baré

que já tomei na vida.

nunca mais eu beberei tal baré,

um sabor de infância

não se encontra em qualquer esquina.

A árvore, ao meu lado, que ria

me deu seu fruto e o comi.

então fui pó e conclui:

já dei cada pó de mim,

o que mais não dei

das entrelinhas?

do que me resta partícula

nesse calvário do CAOS?

Folhas caídas...

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 30/09/2022
Reeditado em 01/10/2022
Código do texto: T7618000
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