FOLHAS CAÍDAS
Sentou-se ao meu lado
e como se crescesse
já estava, feito árvore,
se aproveitou da água
jorrada de lágrimas:
as minhas estrelas
e folha a folha
enquanto contava
as páginas da lida
me disse: a palavra
no então do instante
nos signos da vida
são um universo
de grãos de morfes
significando
no vazio constante.
Certa vez tomei um baré
e aquele foi o mais delicioso baré
que já tomei na vida.
nunca mais eu beberei tal baré,
um sabor de infância
não se encontra em qualquer esquina.
A árvore, ao meu lado, que ria
me deu seu fruto e o comi.
então fui pó e conclui:
já dei cada pó de mim,
o que mais não dei
das entrelinhas?
do que me resta partícula
nesse calvário do CAOS?
Folhas caídas...