Soneto Temporal (só pra ter título 2)
Pergunto as horas à louca criança
que gira no supremo movimento,
e ela apenas ri e me responde: “O vento!”,
e eu giro sem relógio e sem lembrança.
Avanço livre aonde o vento não alcança
e nem supõe o pobre pensamento.
Em mim o Infinito é o meu aposento,
onde escrevo sem paz e sem esperança.
É em mim que o Tempo indomável explode,
é em mim que pulsa a energia do mundo
e onde a Alma sente que tudo pode.
É em meu subjetivo ermo profundo
que a Eternidade se dobra e acode,
com a sua maca, os restos do segundo.