Conceito da casa dos três ofícios
No cerne das montanhas,
no cerco da escala das cores,
no limite entre a ideia e o ato.
A casa dos três ofícios,
o arquiteto,
o pintor,
o poeta.
O arquiteto é o azul
na área intima do quarto
que projeta o sono e o sonho no espaço abismal.
O pintor é o amarelo,
que no serviço de forma e telas,
insinua a cor arrojada,
um girassol esturricado depois do viço
de Van Gogh.
O poeta é o vermelho
que alucina o movimento sanguíneo da sala de estar,
o estar no mundo,
estanque
como mobiliária estalando
no olho agudo do sol.
A casa dos três ofícios
na paleta crua das cores,
básicas.
Ajuntamento das retinas
que fragmentam em todos os tons
e ambiências do Universo.
O Universo é a síntese
da casa:
mistura das cores no espaço infinito.
Ocaso e esgotamento das tonalidades,
possibilidades,
ato misterioso da criação.