chuva sobre o terreno

venha,

rejuvenesça comigo

eu não mereço o castigo

de ser deixado de lado

quem sabe tenhamos achado

algo de verdadeiro

agora que o sol rotineiro

começa a perder o seu brilho?

venha,

me fode, me coma e me ame

com toda a sua inclemência

com toda a opulência

da tua vagina peluda

você sabe, não se iluda,

que sempre é você quem me come

e que eu não passo de um homem

em estado falimentar

por isso venha me ajudar

a amar, a gozar e a viver

venha da vida sorrir

venha comigo fuder

enquanto a gente tem tempo

enquanto não existe o lamento

da chuva que se dissipou

e que o terreno deixou

sem forças pra nos evitar

Rio, 26/07/2007