A flor de lótus e o esquecimento

Andei fazendo a minha leitura costumeira
Enveredando na bela cultura mitológica...
Não importa se essa receita é sem lógica
Pois não encontro solução d'outra maneira

Da Flor de lótus vou comprar uma semente
Na Pólis grega onde viveu o grande Homero
Para curar-me desse pesar somente espero
Que o seu suco possa apagar a minha mente

A flor do oriente purifica o corpo e a alma
A sua seiva limpa a impureza da memória
Sob os pés de Buda iluminava a trajetória
Simbolizando a sua elegância e sua calma

Citam os lotófagos que o efeito de narcótico
Conduz o corpo para um sono bem pacífico
Preciso alcançar o esquecimento específico
Do que me causa esse amor triste e exótico

Não sou de Ítaca nem viajante em um navio,
Mas perambulo oscilando em terra firme...
Quero a amnésia pra que a cura se confirme
Dessa loucura, o meu oceano mais bravio...

Para a minha Odisséia de tristeza tão infinita...
A única saída é mergulhar no esquecimento.
Se a flor Sagrada não me causar o passamento
Talvez possa tornar minha estrada mais bonita.

Matizo de azul para curar-me desse pecado
Com o branco perfeito da pureza espiritual.
E o tom vermelho da com(paixão) original
Ao Lotus Rosa para apagar todo o passado.

Ó Padma Africana, que floresce sobre a água!
Símbolo budista que brota puro sobre o lodo,
Limpe o desejo que macula-me o corpo todo
E com sua luz cure-me o espírito dessa mágoa.

Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 14/08/2021
Código do texto: T7320914
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