Sob o feitiço de Ticê
Se ela soubesse que corria algum perigo
Teria evitado mirar os olhos do Anhangá
Mas ele usando o seu poderoso uarangá
Fez daquele incauto peito o seu abrigo...
Porém já apelou para os poderes de Ticê
Pois reconhece a força da ananssanduá
Só uma deusa pode fechar seu mangará
E vir livrar-lhe da enganação do xuantê...
Para não cair nesse abismo tão profundo
Fez uma oferenda e seu pedido mais etê:
“Feche meus olhos e não os deixe à mercê
Da sedução do cruel deus do submundo.
Ó bela deusa me transforme em feiticeira
Dê-me o poder sobre o encanto da loucura
Faça Anhangá provar da própria amargura
E por mim sentir a paixão mais verdadeira”.
Se a deusa ouviu-lhe, seu feitiço foi reverso
E agora ela vive a mirar o espaço da Yamí
Procura endé em cada estrela e em Jací
Chora e lamenta a triste sina a cada verso.
Pois esse feitiço não satisfez o seu clamor
Não a livrou do tolo ciúme ou da maldade
Seu guerreiro sumiu e só lhe resta dissabor
Uma memória cheia de medo e de saudade
Em seu coração tristes lembranças do amor.
adriribeiro/@adri.poesias
Vocabulário Tupi-guarani
Anhangá: mal espírito ou deus tupi-guarani do submundo
Ticê: feiticeira que tornou-se a deusa da inveja e da maldade após a união com Anhangá. Este deu-lhe este poder de presente por ela ter resistido aos seus poderes da loucura, mas não podendo evitar se apaixonar ao olhar nos olhos dele, o qual, por sua vez, também se encantou eternamente pela bela feiticeira ( num mito onde o feitiço vira contra o feiticeiro);
Ananssanduá: mitologia indígena tupi-guarani
Uarangá- bastão ou lança de poderes da loucura e da ilusão
Xuatê: chocalho usado em rituais místicos;
Etê: mais sincero
Yamí: noite
Jací: A Lua
Mangará: coração
Endé: tu /você
Se ela soubesse que corria algum perigo
Teria evitado mirar os olhos do Anhangá
Mas ele usando o seu poderoso uarangá
Fez daquele incauto peito o seu abrigo...
Porém já apelou para os poderes de Ticê
Pois reconhece a força da ananssanduá
Só uma deusa pode fechar seu mangará
E vir livrar-lhe da enganação do xuantê...
Para não cair nesse abismo tão profundo
Fez uma oferenda e seu pedido mais etê:
“Feche meus olhos e não os deixe à mercê
Da sedução do cruel deus do submundo.
Ó bela deusa me transforme em feiticeira
Dê-me o poder sobre o encanto da loucura
Faça Anhangá provar da própria amargura
E por mim sentir a paixão mais verdadeira”.
Se a deusa ouviu-lhe, seu feitiço foi reverso
E agora ela vive a mirar o espaço da Yamí
Procura endé em cada estrela e em Jací
Chora e lamenta a triste sina a cada verso.
Pois esse feitiço não satisfez o seu clamor
Não a livrou do tolo ciúme ou da maldade
Seu guerreiro sumiu e só lhe resta dissabor
Uma memória cheia de medo e de saudade
Em seu coração tristes lembranças do amor.
adriribeiro/@adri.poesias
Vocabulário Tupi-guarani
Anhangá: mal espírito ou deus tupi-guarani do submundo
Ticê: feiticeira que tornou-se a deusa da inveja e da maldade após a união com Anhangá. Este deu-lhe este poder de presente por ela ter resistido aos seus poderes da loucura, mas não podendo evitar se apaixonar ao olhar nos olhos dele, o qual, por sua vez, também se encantou eternamente pela bela feiticeira ( num mito onde o feitiço vira contra o feiticeiro);
Ananssanduá: mitologia indígena tupi-guarani
Uarangá- bastão ou lança de poderes da loucura e da ilusão
Xuatê: chocalho usado em rituais místicos;
Etê: mais sincero
Yamí: noite
Jací: A Lua
Mangará: coração
Endé: tu /você