Kaosmos
Eu sou feito da poeira das estrelas
Sinto-as em mim mas não consigo vê-las
Sei que sou um mero recipiente incapaz de conte-las.
Nasci no Kaos, o Kosmos eu criei
Conheço a dor do plebeu e a glória do rei
Já vaguei pelo universo, mas muito pouco eu sei.
Parte de mim tem 13,8 bilhões de anos
Incontáveis acontecimentos e desenganos
Gloriosos e fracassados acordos e planos.
Não se iluda, troco de capa mas não de essência
Todo esse contexto exposto é só parte da minha transcendência
Deleito-me e regozijo-me com minha perpétua impermanência.
Eu possuo a memória cósmica, cada ínfimo grão
Espalho-me pela acolhedora Terra, misturo-me com o chão
Vago no céu a esmo, brincando de formar alguma efêmera constelação.
Impossível me definir, não aceito ser limitado
Insensato me seguir, não escolho antecipadamente nenhum lado
Inútil me interpretar ou entender, não julgo e não posso ser julgado.