AINDA AQUI
AINDA AQUI
Olhar o silêncio, perdura as cores, os sonhos,
a ilusão de possuir, o encantamento do ralo
na fronteira entre nada e chão. Escoando o
que passa, entrelaçando a realidade impessoal
à lágrima. O medo da semente que morrerá
duas vezes...Ou nunca...
Talvez o calendário, imagem da vida,
o contato do dedo no papel adianta o
horizonte no pensamento, concebe
o esboço de um passo assimétrico.
ou de um afeto indomável.
O vínculo intimo entre espelho e tempo.
no ritmo recíproco do que não é infinito.
A névoa interior convence o gesto
a insurgir contra a primazia das palavras
e nos resgatar do vazio público do fechamento.
O êxodo do ser, clandestino, nutre
seus mistérios auscultando o vento.
Eterniza a bolha de sabão, e sabe
que a direção da vida não faz caso
de argumentos. No papel... é requisito
da estética o atrito. Ou o ciclo sigiloso
da ausência... a amplitude da percepção...
no contexto concentrado da essência..