Indefinível

Sou bagunça que nunca se organiza

Tenho tudo e nada que se precisa

Sou furacão mas as vezes mera brisa.

Sou incongruência que não acha resultante

Sou todo, inteiro pelo menos por um instante

Mesmo assim nem sempre sou o bastante.

Sou verdade, mas aquela que não se pronuncia

Sou surpresa que ninguém espera ou anuncia

Sou lua cheia no zênite no meio do dia.

Sou errado embora eventualmente me julguem certo

Sou cadeado, lacre no que deveria permanecer aberto

Sou névoa, bruma, escuridão, tudo que há de incerto.

Sou resposta mas não a do questionamento feito

Não concorro a nada, mas sou sempre eleito

Sou feitiço que jamais pode ser desfeito.

Sou o que está a mostra mas não tem preço

Sou o que pareço embora possa estar do avesso

Não sou fim nem meio, muito menos o começo.

Ello
Enviado por Ello em 26/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T6988105
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