Na hora crepuscular ou no alvorecer
Dispersas são as vozes pelo chão
Dispersas são
Pelo chão as vozes, dispersas
Neste reino de falsas memórias
O outeiro se dispersou
Aqui não há pão
Aqui não
Aqui não há água
Aqui não há
Jardim sem flores
Habitado por roedores
Pássaros sem asas
Pomar sem árvores
Nesta terra habitamos
Por um tempo
E por mais tempo
Abaixo dos céus
Acima do abismo
Entra a terra seca e o alto mar
Todos os pés estão molhados
Entre o dia e a noite, o crepúsculo
Entre a noite e dia, o amanhecer
Entre a infâmia e a glória
Seguimos por um dos rios
Levando a carga que nos foi dada
No primeiro porto da primeira estrada
Daqui partiremos para o reino vizinho
Na hora crepuscular ou no alvorecer