Na hora crepuscular ou no alvorecer

Dispersas são as vozes pelo chão

Dispersas são

Pelo chão as vozes, dispersas

Neste reino de falsas memórias

O outeiro se dispersou

Aqui não há pão

Aqui não

Aqui não há água

Aqui não há

Jardim sem flores

Habitado por roedores

Pássaros sem asas

Pomar sem árvores

Nesta terra habitamos

Por um tempo

E por mais tempo

Abaixo dos céus

Acima do abismo

Entra a terra seca e o alto mar

Todos os pés estão molhados

Entre o dia e a noite, o crepúsculo

Entre a noite e dia, o amanhecer

Entre a infâmia e a glória

Seguimos por um dos rios

Levando a carga que nos foi dada

No primeiro porto da primeira estrada

Daqui partiremos para o reino vizinho

Na hora crepuscular ou no alvorecer

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 07/06/2020
Reeditado em 07/06/2020
Código do texto: T6970102
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