Do (não) ouvir (-se)

Na visceral manhã sempre tão breve

(No ensejo de amar, sem permissão)

Âmago entorpecido, que de tão leve

Sugado às entranhas ... dum chão...

Ouvidos que (não) olvidam do eco

Às vezes sábios, outras, algozes

("Surdos ao urro do lancinante mutismo")

Negação mutualista, infecunda simbiose...

No inconcebido verbo inconjugado

(Em paradigmas, então paradoxais)

Ficam os lábios tesos, tão lacrados

Vão-se os sonhos, buscando um jaz...

Pelo axioma bem mais que pontual

(Pois nascemos, pra depois morrer)

Que as negações abarquem, longe

Num muito além, de um bem Viver.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 30/05/2020
Código do texto: T6962373
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