Réstia de Sol

A réstia de sol destaca a folha

fibras de celulose

e os pelos louros

luzidios de sua faísca de derme.

Acordei de um sonho a tempo de não franzir minha dor

formigas passeiam na calçada

rosas descoradas pigmentam o solo das chuvaradas

e eu penso em flautas transversais

em versos e sais

salgando feridas e borbulhentas quimeras.

Um copo de vinho

um tabaco morto

aflição no formol

rock’n’roll no bolso interno da jaqueta de couro e cobre

a moça virou as costas e o transe se foi

micro rosáceas exangues mancham-se com a réstia de sol

a folha já suja

anula o propósito primeiro

de poema refratário.

Gleidson Riff
Enviado por Gleidson Riff em 11/02/2020
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