Desorbitar
Vezes há
em que me perco
na condensação da vida.
Sou ser aflito
no encalço
de um tempo que não para,
num giro elíptico
às voltas de coisa nenhuma
que preste para a alma
à caça de matérias concretas
feitas na tentativa de ludibriar
as fomes espirituais.
Vezes há,
e muitas,
em que me subtraio
nessa alusão ao nada,
uma apologia aos vícios de ter
em demérito de ser.
E vezes há,
para avivamentos únicos,
em que me permito desorbitar,
sair do entorno das convenções,
rasgar véus,
dar vida a cada eu utópico que me habita
encarapitar-me em linhas tortas,
devanear em alucinações poéticas
em elucidações internas...
Vezes há
em que me sou, de fato!
Com agradecimento ao escritor CJ Oliveira, por sacudir minhas inspirações quando dormem em demasia.