Eu, fantasma

Descansam os chinelos vazios

no chão todo escorregadio

Aonde é que eu ando?

Tem um tempo voando lá fora

tudo indo embora

Até quando?

Meu corpo está todo ausente

nada que sou é presente

estou todo inerte

Invisível, transparente

assim transluzente

nada me veste

Sou borrão, a coisa diluída

um vácuo da própria vida

alma solta das correntes

porém sem dano moral

inócuo vulto abissal

estou coerente

Envolto a um sorriso, tudo aplica

e minha ausência se justifica

nesse mistério

o que quer que eu seja agora

é de uma tamanha melhora

Estou etéreo

14-03-2019

20h04min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 14/03/2019
Reeditado em 14/03/2019
Código do texto: T6598132
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