QUIETUDE
No silêncio das palavras que profiro
Meus discursos fluem não com os lábios,
Mas de tal maneira com meus olhos
Que a vida comigo dialoga
Em mútua declaração de amor.
Mágica inspiração de inexplicável sonhar.
Esculpida razão sob os pés de altas magnitudes.
Tentáculos e auréolas brilham em pedestal silencioso
Mágica quietude a preconizar meus versos
Pelos remansos platônicos de afinidades líricas.
Sinto minha alma flutuar no infinito das estrelas.
Inexplicável sonhar – graça divinal de poesia latente
Num suspirar da felicidade eloqüente.
E corre o tempo enquanto viro a página
Disseminando exemplos e dispensando as falas.
Liberto de ansiedade vagueio incerto
Onde o vulto do silêncio lembra ternos abraços.
Meu olhar distante navega no vazio
E barcos mareiam num sentido diferente
Sentindo a liberdade em vácuo sentimento.
Reflito sobre o que a palavra não diz
E em mar de ilusões atravesso reticências,
Chavões, vírgulas e todas as pontuações,
E retiro do íntimo o pranto e soturnas fantasias
Para ouvir a voz da alma tatear meu coração.