QUIETUDE

No silêncio das palavras que profiro

Meus discursos fluem não com os lábios,

Mas de tal maneira com meus olhos

Que a vida comigo dialoga

Em mútua declaração de amor.

Mágica inspiração de inexplicável sonhar.

Esculpida razão sob os pés de altas magnitudes.

Tentáculos e auréolas brilham em pedestal silencioso

Mágica quietude a preconizar meus versos

Pelos remansos platônicos de afinidades líricas.

Sinto minha alma flutuar no infinito das estrelas.

Inexplicável sonhar – graça divinal de poesia latente

Num suspirar da felicidade eloqüente.

E corre o tempo enquanto viro a página

Disseminando exemplos e dispensando as falas.

Liberto de ansiedade vagueio incerto

Onde o vulto do silêncio lembra ternos abraços.

Meu olhar distante navega no vazio

E barcos mareiam num sentido diferente

Sentindo a liberdade em vácuo sentimento.

Reflito sobre o que a palavra não diz

E em mar de ilusões atravesso reticências,

Chavões, vírgulas e todas as pontuações,

E retiro do íntimo o pranto e soturnas fantasias

Para ouvir a voz da alma tatear meu coração.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 07/02/2019
Código do texto: T6569207
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.