Anjos alucinados...
Me ajoelhei em frente a um verso feito,
rezei por todo este poema,
senti as lágrimas de Deus em minhas lágrimas,
escutei a alma entrar em cena.
Percebi um amor profundo,
transe de um amante.
Declamei para mim mesmo
em tão forte segredo,
que minha alma ouviu meu coração calado
em todo o sofrimento a noite tinha.
E depois, olhando o céu sem uma estrela,
vi a noite escura luzir cheia de luas
no mormaço alegre entre a dor e a beleza.
Dilui, tudo o que via, alucinado,
e o que de dia era azul,
à noite era encarnado
e foi então que a voz do anjo
se fez a minha voz e, ajoelhados...
dormimos para sempre em infinito sonho.